
No Brasil, até por volta dos anos de 1850, o transporte de pessoas e mercadorias era feito pelo mar, ao longo da costa, por alguns grandes rios e por caminhos de terra. Em terra, caminhava-se a pé ou a cavalo, enquanto mercadorias eram carregadas por burros, mulas, durante muito tempo também por pessoas escravizadas, e em carros de bois.
Na então província de São Paulo, as cidades do interior eram pequenas, pelas dificuldades com transporte. Algumas eram centros regionais que levavam a cidades do litoral: Sorocaba a Iguape; São Paulo a Santos; Jacareí a São Sebastião; Taubaté a Ubatuba e Guaratinguetá a Parati (vila localizada já no estado do Rio de Janeiro).
Os tropeiros faziam o comércio entre as vilas paulistas e eram figuras constantes em Sorocaba, Taubaté, São Vicente e Santos. Transportavam alimentos, objetos, notícias e ideias, assim fazendo parte da formação cultural dos locais por onde passavam.
Ferrovias e café
As ferrovias interessaram aos produtores de café de São Paulo para facilitar o transporte das colheitas ao porto de Santos e todas, exceto a São Paulo Railway, receberam investimentos de fazendeiros.
No vale do Paraíba, o café começou a ser plantado por volta de 1780, em pequenas propriedades. Logo, os grandes fazendeiros, com mão de obra escrava até a abolição em 1888, dominaram a produção. O cultivo desse grão entre Jundiaí e Campinas cresceu a partir de 1820 e provocou a fundação de muitas novas cidades na direção de Ribeirão Preto e Franca.
No Oeste paulista, o café teve alta produção e contou com a chegada de imigrantes europeus para colônias nas grandes fazendas. Nessa região de São Paulo, entre 1868 e 1872, cinco companhias de estradas de ferro foram fundadas (Companhia Paulista, Estrada de Ferro São Paulo-Rio ou do Norte, Companhia Ituana, Estrada de Ferro Sorocabana e Companhia Mogiana). Com a expansão das várias linhas, as ferrovias substituíram o tropeirismo na distribuição de mercadorias e notícias.
Anos depois, em 1896 e 1906, foram inauguradas a Estrada de Ferro Araraquara e a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Além de todas essas companhias, houve outras menores em São Paulo, como a Estrada de Ferro Funilense, a Companhia Estrada de Ferro Dourado e a Estrada de Ferro São Paulo e Minas.

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