
As ferrovias ou estradas de ferro são um sistema de transporte sobre trilhos. Esse sistema é formado por várias partes, como a via férrea, estações e pátios, material rodante (locomotivas, carros e vagões) e equipamentos diversos.
Cada uma dessas partes exige trabalhos técnicos e de engenharia que foram se modificando, muito ou nem tanto, de 1825 até hoje. Conhecer objetos históricos e atuais permite compreender não apenas as modificações, mas, também, a ciência, a tecnologia e as sociedades na linha do tempo.
Partes de uma ferrovia
Via férrea
Formada por infraestrutura e superestrutura ferroviária.
Infraestrutura ferroviária
– obras de terraplenagem, obras de arte corrente (sarjetas, valetas, drenos) e obras de arte especiais (pontes, viadutos, túneis, linhas de energia e comunicação)
Superestrutura ferroviária
– plataforma ferroviária e via permanente
Plataforma ferroviária
É a área aberta para uma ferrovia, que depende da bitola adotada no projeto. Bitola é distância entre as faces internas das duas filas de trilhos. No Brasil, são comuns a bitola larga (1,60 m) e a bitola estreita (1,00 m), que, apesar de ter menor capacidade de tráfego, tem custo de construção menor.
Via permanente
É o conjunto de lastro (superfície de assentamento formada por terra, areia, cascalho ou pedra britada), dormentes e trilhos.
Aparelhos de via
São equipamentos ou instalações para a transferência de veículos ferroviários de uma linha a outra.
Aparelho de mudança de via comum
É formado por trilhos de ligação e aparelho de manobra, também chamado de chave ou alavanca.
Aparelho de mudança de via especial
Pode ser um girador ou um carretão.
Girador
É uma bandeja rotatória que pode direcionar os veículos ferroviários para linhas que saem em várias direções a partir do centro do aparelho.

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Carretão
É uma espécie de prancha montada sobre trilhos que se desloca lateralmente e assim permite transferir veículos ferroviários entre linhas paralelas.
Triângulo de reversão
É um conjunto de três desvios de linha, interligados em forma de triângulo, que permite inverter o sentido de tráfego de um trem.
Cruzamento
É um aparelho de via que permite a passagem de um trem cruzando outra linha que atravessa seu trajeto. Pode ser reto ou oblíquo e só é instalado em pátios ferroviários.
Estações e pátios
São instalações para recepção e despacho de passageiros e cargas.
Estação é uma instalação de parada em cidade ou vila. Pode ser classificada como abrigo (zona rural), parada (de pequeno movimento), estação padrão (com cabine de controle, plataforma, sala de espera e sala de chefia), estação específica para passageiros ou para cargas, estação de integração ou estação central (terminal). Pode ter tanque de água, tanque de armazenamento de combustível e subestação elétrica.
Terminal é um local com instalações e equipamentos para armazenamento, carga e descarga de mercadorias, embarque e desembarque de passageiros e manutenção de trens.
Pátio ferroviário é um conjunto de vias férreas e instalações em espaço delimitado, que serve para a formação ou desmembramento de trens, abastecimento, vistoria e reparo.
Material rodante
É todo veículo ferroviário, aquele capaz de se deslocar sobre uma via férrea.
Material de tração são as locomotivas e tratores de linha.
Material de transporte com autopropulsão são as automotrizes e os carros de controle.
Material de transporte rebocado são os carros para passageiros e serviços (restaurante, correio, etc.). São também os vagões, de vários tipos (fechados ou abertos), para transporte de cargas.


(Ilustrações – Cortesia de Greg Edwards, Data Sheets, http://grapevine.com.au/~datashet/)
Equipamentos de sinalização
São placas, sinais luminosos e sonoros.
Equipamentos de comunicação
São telégrafos, rádios, telefones e equipamentos de controle de tráfego.
Dados resumidos de Borges Neto, Camilo. Manual didático de ferrovias. Universidade Federal do Paraná, Depto. de Transportes, 2012.