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Trabalhadores de ferrovias

Ferroviários

Por volta de 1870, havia no Brasil 9 milhões e 900 mil habitantes (desses, 1 milhão e 200 mil escravos). Em São Paulo, 830 mil habitantes (entre eles, 156 mil escravos). De 30 a 40% dos trabalhadores estavam na agricultura, enquanto outros 40% faziam trabalhos temporários. Entre 1880 e 1900, chegaram ao Brasil cerca de 1 milhão e 200 mil imigrantes, inicialmente para trabalhar em fazendas.

De 1875 a 1900, muitas estradas de ferro foram construídas na então província de São Paulo e em outras partes do Brasil, empregando o trabalho de engenheiros e técnicos europeus e de operários. Esses operários eram escravos, ex-escravos, tropeiros e também havia entre eles estrangeiros imigrantes.

Empreitadas

O trabalho de construção de ferrovias era, de modo geral, contratado por empreitada. Pequenos construtores assumiam uma porção da linha e formavam turmas de operários. Antes da abolição da escravidão, muitos fazendeiros alugavam seus homens para esses construtores. Havia oferta de trabalho e competição entre as fazendas e as ferrovias pelos trabalhadores disponíveis.

Falta de alimentação adequada, acomodações ruins, atrasos no pagamento e descumprimento de contratos levavam os trabalhadores a conflitos e ao abandono das funções. Muitas vezes, as empresas usavam força para manter a disciplina dos operários.

operários em construção de via férrea
Operários em construção de via férrea – São Paulo Railway (Foto de arquivo ABPF)

Associações e sindicatos

Apesar dos conflitos, as companhias de estradas de ferro contribuíram com a formação do trabalho livre e com novas relações entre empregados e empresas. Por sua vez, os trabalhadores do setor ferroviário movimentaram cidades, aumentando a produção e o comércio de bens e serviços nos locais onde se instalaram, e desenvolveram associações de classe – recreativas, esportivas e de serviços sociais – e sindicatos.

Nas ferrovias e nas indústrias estabelecidas entre 1900 e 1920, os imigrantes tinham maior experiência em se organizar e prezavam a autonomia no trabalho. Muitos grupos que organizaram greves na década de 1910 simpatizavam com a ideologia do anarquismo, que criticava a dominação de dirigentes e defendia a gestão das comunidades pelos seus próprios membros.

Depois da I Guerra Mundial, a chegada de imigrantes ao Brasil diminuiu e, aos poucos, aumentou o número de trabalhadores brasileiros de origem rural nas indústrias e nas ferrovias. Esses trabalhadores eram menos politizados, ainda acostumados com relações de trabalho que misturavam submissão, favores e paternalismo das fazendas e, assim, permitiram que as companhias e o governo federal dominassem seus sindicatos e associações.

As normas do Ministério do Trabalho obrigavam os ferroviários a organizar sindicatos por empresas e bases regionais. Na década de 1930, houve transformações políticas no estado de São Paulo, incluindo a Revolução Constitucionalista de 1932, e agitações de operários, insatisfeitos com várias questões trabalhistas e econômicas. Os ferroviários também pretendiam que os seus sindicatos atuassem em conjunto, apesar das diferenças de ideologia dos vários dirigentes sindicais, alguns ligados ao anarquismo, outros ao comunismo e socialismo. Em julho de 1933, na cidade de São Paulo, realizaram o I Congresso Ferroviário Brasileiro, com representantes de sindicatos de todo o Brasil. Discutiram regras trabalhistas, como carga horária e caixa de aposentadorias, e a formação de uma federação de sindicatos.

Ensino profissional

O custo das ferrovias era alto, pois os materiais eram importados e havia falhas no planejamento, incluindo as diferenças de bitola que exigiam baldeações entre as linhas. Porém, várias delas se tornaram lucrativas, especialmente na zona cafeeira de São Paulo e até a década de 1950. Possibilitaram o crescimento das companhias, alta organização administrativa, grandes oficinas de construção e manutenção de equipamentos, vilas ferroviárias e a criação de escolas de ensino profissional.

O ensino profissional, iniciado pela Estrada de Ferro Sorocabana e pela Companhia Paulista, pretendia aumentar a formação dos trabalhadores e a qualidade do trabalho. Contudo, também pretendia introduzir novos modos de trabalhar, relacionados com as ideias de organização e controle desenvolvidas pelo engenheiro americano Frederick Taylor na década de 1910, contrapondo-se, em grande medida, a autonomia dos trabalhadores.

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